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Fazer um rock mais ‘pesado’ em Bauru, não é uma missão fácil. Quando esse som é totalmente autoral, essa dificuldade se multiplica por dois. Mas quer saber? A Overhead não está nem aí.

Com uma trajetória de apenas quatro anos, os músicos já abriram shows importantes como de Marcelo Nova e Velhas Virgens, entre outras bandas, e já até foram tratados como ‘popstars’ na Argentina.

“Um dia fizemos um show em São Paulo e um argentino veio conversar com a gente e elogiou muito o nosso trabalho. Disse que ia levar a gente para tocar na Argentina. Claro que ele estava muito bêbado, falava enrolado e não acreditamos na história. Mas depois de seis meses, ele nos ligou e convidou para tocarmos lá. Foi sensacional! O rock deles é muito diferente do que fazemos e eles curtiram muito o nosso som” diz Ivo e Bruno completa: “Foi a primeira vez que eu dei autógrafo na minha vida! Devia ter treinado antes porque nem sabia o que escrever!” (risos).

Apesar da dificuldade em fazer um som pesado, que não pode ser apresentado em todos os lugares, Bruno, André, Ivo e Márcio enfrentam mais o desafio de mostrarem apenas músicas compostas por eles mesmos.

Todos acreditam que o cover é importante na construção da banda, mas sentiam que já estava na hora que criar uma identidade própria, algo que diferenciasse a Overhead no cenário musical que já existe.

“Nada contra o cover. Já fizemos cover por muito tempo e não é fácil. A pessoa espera que você toque exatamente do jeito que é a música original e isso é difícil. Mas imagina se o Iron Maiden tivesse decidido fazer só cover? Alguém tem que apostar no novo”, diz Márcio e Ivo conclui: “O mais legal é atingir o que conseguimos hoje. Nesse show na Argentina, por exemplo, nós só tocamos músicas próprias e em português! Foi ousado e conseguimos reunir mais de 5.000 pessoas nesse show.”

Com essa apresentação e outras que já realizaram pelo Brasil, os integrantes da Overhead afirmam que Bauru é um dos lugares mais difíceis em se apresentar um som autoral. E segundo os músicos, essa dificuldade não vem dos proprietários das casas noturnas e sim, do próprio público que sempre espera ouvir uma música já conhecida e que toca nas rádios.

“É óbvio que a gente também quer tocar na rádio, quer que mais gente conheça o nosso som, mas temos que começar a apresentar para poder desenvolver isso. E o público tem que estar mais preparado e querer ouvir esse som… muitas vezes eles não querem conhecer”, conta Márcio.

Apesar dessa dificuldade, os músicos sentem que a mudança já está começando e que as cidades da região podem ensinar muito para o público bauruense. “A gente não precisa nem ir muito longe… em Jaú, por exemplo, já é diferente. Existe uma cena autoral muito mais forte que aqui. Mas todos estão aprendendo que temos que unir, assim como as bandas cover são unidas. Quando isso acontecer, tudo vai mudar”, afirma o vocalista André.
Para o próximo ano, a Overhead pretende investir nos shows e apresentar em mais lugares podendo assim, realizarem o sonho que estão buscando há quatro anos: viver da música. “Não há nada melhor que você conseguir viver do que você gosta e esse é o nosso sonho. Hoje, o que nos impede, é a segurança que não temos em relação ao dinheiro. Quando conseguirmos sobreviver disso, será ótimo!”, diz Márcio.

“Ah… sobreviver não, né? Queremos viver! Sobreviver é muito sofrido! Imagina ficar sempre no ‘quase’ e pensar: ‘ufa, esse mês quase não deu!’ (risos) Assim é muito ruim… vamos sonhar para vivermos da música!”, brinca André.

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