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Foto: JV Araujo

A designer Drika Valério faz um trabalho bem especial há mais de dois anos. Ela é especialista em produzir desfiles de moda, inclusive para cadeirantes, com peças adaptadas de acordo com a necessidade e limitação de cada um. “Nunca faço para o usuário, mas sempre com o usuário, que é a melhor forma de se obter um resultado bacana, pensando no conforto e praticidade na hora deles usarem as peças”, diz.

O trabalho de Drika não é só somente com os cadeirantes e muito menos com deficientes, mas trata-se de uma moda inclusiva, pois engloba a todos! “Projetamos cada peça aliando a tecnologia assistiva (que é quando você adapta um objeto para pessoas com mobilidade reduzida) e o design universal (quando se projeta pensando em todos, no maior número de pessoas possível poderem utilizar o produto, independente de deficiências) criando peças que vão ficar bem tanto em você, quando em mim ou em qualquer pessoa com alguma deficiência”, conta.

Definitivamente, para todos!
A designer se preocupa em fazer um trabalho tanto para mulheres, quanto para homens. Em seu último desfile, somente mulheres participaram, mas Drika procura incluir todos.”Já tivemos desfiles com cadeirantes, amputados, plus size, bombado, idoso, criança de 1 ano desfilando com o pai e magrinhas na mesma passarela, justamente para mostrar essa diversidade e que, moda é para todos”, afirma a profissional.

Apesar de sempre ter atuado sozinha, Drika conta com o apoio de empresas e garante que o trabalho está crescendo cada vez mais. Hoje, a designer atua com uma equipe nos bastidores que sempre auxiliam em todas as partes dos eventos. Com esse projeto, eles já foram para o Rio de Janeiro, São Paulo e algumas cidades da região. “Nossa intenção é chegar no Brasil todo!”, garante.

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Um trabalho gratificante
Para Drika, o que mais importa é ver o sorriso dos modelos e afirma que essa é a melhor sensação do mundo! Com esse trabalho, a profissional diz que o seu olhar muda todo dia em relação ao outro e que começou a perceber o tamanho do preconceito que ainda existe. “Ele ainda é muito grande e principalmente quando vem de pessoas do mesmo meio, que deveriam estar unidos na mesma causa. Isso machuca. Dói ver quem poderia estar ajudando, fazendo da sua missão de vida atrapalhar o crescimento de um projeto tão lindo! Então isso é o que me chateia ainda nesse meio, a discriminação com a moda inclusiva e com a pessoa com deficiência ainda é muito grande”, afirma.

Para a realização de cada evento, Drika se preocupa sempre em verificar se o local é adaptado e se tem estrutura que os modelos precisam para ficarem bem durante o backstage. Mesmo assim, imprevistos são comuns. “Ainda acontece de, na hora, não ter o combinado. As pessoas querem o evento, mas ainda são muito irresponsáveis quanto aos seus compromissos e responsabilidades quando se trata da pessoa com deficiência, porque não é com eles. Isso me deixa brava. Em um dos nossos últimos desfiles, não havia banheiro adaptado no local que ‘conseguiram’ de última hora pra gente, pois o local combinado já havia sido ocupado por outro evento. Sendo assim, uma modelo precisou ir ao banheiro onde a cadeira não entrava, conclusão: Ela precisou ir embora com o vestido do desfile pois fez xixi na sua roupa na tentativa de usar o banheiro comum. Um absurdo!”.

Mesmo com esses imprevistos e o preconceito presente, Drika não desanima e continua seguindo com seu objetivo: ajudar a todos!

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