Você pode não jogar, mas já deve ter lido algo ou ouvido algum amigo falar sobre jogos de poker por aí. A mania também já ganhou alguns moradores da cidade que participam de competições informais com os amigos até grandes torneios fora do país! O Social Bauru conversou com oito pessoas da cidade para saber mais sobre os segredos desta modalidade que tem tantos adeptos. Confira:
Caio Henrique Godoy
“Eu comecei bem cedo, quando eu tinha uns 15 anos. Na verdade, lembro que na época me interessei assim como outra brincadeira. Eu fui pela curiosidade do jogo.Confesso que já fui bem mais ativo, mas atualmente por conta de outros projetos, eu tenho jogado menos. Em média de duas a três vezes por semana. Mas já cheguei a jogar todos os dias. E aqui em Bauru existem muitos jogadores, tanto os que jogam profissionalmente, quanto os que jogam por lazer. O principal local de encontro aqui em Bauru é no “Fives Club” localizado na Avenida Nossa Senhora de Fátima 9-29. É realmente um clube de poker que oferece toda a infra-estrutura necessária pra se disputar um bom torneio. Na minha opinião, o segredo do jogo, é primeiro você entender e compreender todas as regras e como qualquer outro esporte, ele exige muita dedicação, treino e estudo. Além de muito divertido e complexo, o poker vem crescendo junto com mídia. Coberturas de torneios pela televisão, famosos que passaram a jogar e premiações milionárias acredito que fazem essa turma a se interessar pelo jogo. E claro, como tudo na vida, se você não tiver consciência daquilo que faz, até as coisas boas podem se tornar um vício.
No poker já existiu muito preonceito por conta dos jogos ‘antigos’, filmes de velho oeste e etc. Hoje ele é reconhecido como um esporte no mundo inteiro. O poker evoluiu muito. Hoje no Brasil temos campeonatos regionais, paulistas e brasileiros que são extremamente bem organizados com coberturas da TV, jornais e outras mídias. E eu conheço muitas pessoas que eram bem sucedidas no trabalho, mas que optaram em viver exclusivamente do poker. No campeonato brasileiro por exemplo, as premiações ultrapassam os R$ 5 milhões de reais.”
Mauro Dias
“Eu comecei a jogar há mais ou menos 11 anos. A primeira vez que joguei Texas Hold’ (estilo de jogo mais popular) foi quando eu tinha 14 anos, porém, a partir dos 12 anos já tinha um certo interesse. Sempre observava meus familiares jogando poker (five cards) em São José do Rio Pardo, aqui no interior de São Paulo. Aí, comecei a estudar o jogo por conta própria. Quanto mais jogava, mais eu queria aprender. Hoje em dia, jogo quatro vezes por semana (segunda, terça, quarta e quinta à noite), também jogo online em média três horas diárias e pelo menos um fim de semana por mês, eu viajo para São Paulo ou Ribeirão Preto jogar um torneio de maior expressão e visibilidade. Ultimamente, não ando jogando muitos Home Games em Bauru, mas é só chamar! E no mundo todo o poker cresce de maneira desenfreada: softwares cada vez movimentando mais dinheiro e lançando ótimas promoções para chamar novos jogadores. E é preciso sempre lembrar: disciplina em primeiro lugar e tudo em excesso faz mal. Até porque com o poker não é possível apenas ganhar dinheiro, mas seguir uma carreira. Tenho amigos profissionais de alto nível pelo Brasil com gráficos bem lucrativos. Um dia chego lá!”
Michel Martins
“Eu comecei a jogar poker em 2005, com 15 anos. Começamos com os amigos da sala, logo ao entrar no ensino médio e hoje eu jogo toda semana. Fazemos torneio entre os amigos da empresa. Eu acho que o segredo é você não transparecer as emoções e sempre estar bem alinhado às probabilidades de carta, pois mesmo estando sem carta, você poderá manter as emoções fazendo com o seu oponente desista do jogo por achar que você está melhor. O jogo é bastante dinâmico e a adrenalina é o que mais conquista os jovens. Dessa forma, para ser um bom jogador é preciso estudar muito a probabilidade das cartas, pois o jogo não é apenas de sorte, há muito cálculo de porcentagem a ser feito antes de uma tomada de decisão.”
Rodrigo Francisco Santos
“Eu comecei a jogar recentemente, há uns dois meses. Vi umas fotos de um amigo e achei interessante. Aí comecei a procurar mais pessoas e montei um grupo para sempre jogarmos. Agora, jogo todo sábado com este grupo, toda quarta em uma casa de poker e online nos outros dias. Com este tempo que estou jogando, posso afirmar que o poker trabalha a mente para poder lidar com as situações adversas. Na mesa do jogo, você tem que controlar suas emoções com base no cenário que é apresentado, sempre incompleto e faltando informações – o que se assemelha muito com a vida. E eu acho que o sucesso de poker é devido ao status e à fortuna que ele pode proporcionar.”
Cristiano Clemente
“Eu comecei jogando na casa de um amigo e temos este grupo desde 2008. Jogamos uma vez por mês. Hoje, tenho dois grupos de home game e também jogo esporadicamente no clube H2 de Ribeirão Preto. Nestes grupos de home game, nos reunimos mensalmente, jogamos dois torneios na noite e no intervalo de um torneio para outro, nós jantamos. Fazemos cada mês na casa de um integrante do grupo. Além de jogarmos o poker ainda estreitamos os laços de amizade! Para mim, o segredo do poker é ser dinâmico e muito inteligente. Hoje visto por muitos como esporte da mente, o poker exerce o fascínio de você ganhar sem ter as melhores cartas! E justamente por ser uma mistura de jogo com esporte e te fazer usar todo seu senso analítico, analisar até a postura do seu adversário interpretando um blefe ou uma mão superior à sua, é que está fazendo tanto sucesso. E também hoje é trabalho de muitos jovens que se profissionalizam e vivem do poker!”
Felipe Araújo
“Eu comecei a jogar em 2007, época que estava no 3º colegial, quando eu tinha uns 17 anos. Comecei por conta própria. Nessa época a ESPN passava torneios e eu sempre assistia, assim como alguns amigos meus, e começamos a jogar de vez em quando, mas como ninguém sabia direito o que era, não tinha dinheiro envolvido. Hoje, como eu jogo online, acabo passando mais tempo em casa. Normalmente, jogo 5 dias por semana, com uma média de 8 a 12 horas por dia. Mesmo assim, nunca tive problemas com vício, ainda porque na época que comecei a jogar eram jogos sempre baratos e também como não tinha muito dinheiro na época, dificilmente eu entrava em um jogo mais caro. Sempre meio conservador e isso acabou me ajudando a não ficar jogando toda hora. O meu vício em relação ao poker sempre foi mais para entender o jogo, como poder ganhar dinheiro com isso, entre outras coisas, mas não vejo isso como um problema. Claro que para as pessoas de fora, como meus pais, por exemplo, só o fato de eu querer jogar com amigos todos os finais de semana e ficar vendo vídeos todos os dias, eu já era considerado um viciado em jogos de azar! (risos). E afirmo: poker não tem segredo. Muita gente acha que, para jogar poker você precisar ser ótimo em matemática ou ser muito inteligente, mas isso são teorias ‘furadas’ – qualquer pessoas pode jogar. Tem um ditado famoso que é: ‘poker é um jogo que você aprende em cinco minutos, mas demora uma vida pra dominar’.”
Eduardo Mauad
“Comecei a jogar poker na faculdade (FEA – USP) em São Paulo, na década de 80! Era o poker fechado, que hoje já não se joga mais. Aí em 2006, conheci o Texas Hold’ e comecei a jogar torneios. Desde então, não parei mais. Atualmente jogo torneios em Bauru e algumas etapas do BSOP (Campeonato Brasileiro de poker). Já estive em quatro oportunidades em Las Vegas, disputando o Mundial de poker (WSOP) e já obtive premiação nesses torneios. Tenho um grupo de amigos que se reúne toda segunda à noite para jogar ‘recreativamente’. Essa turma nossa joga desde 2001. Acredito que para ser um bom jogador, antes de mais nada, é preciso se dedicar muito! Estudar o jogo, suas variâncias, treinar (jogar), assumir os riscos, não desanimar com os resultados ruins e continuar buscando o conhecimento do jogo. Dedicação, estudo e perseverança!”
Mariane Vannuzini
“Eu aprendi a jogar com o meu pai, quando era criança. Não me lembro exatamente quando comecei a jogar o Texas Holden, mas há cerca de dois anos jogo regularmente. Um amigo me convidou para jogar um dia em um home game e partir daí comecei a frequentar, semanalmente. Este ano meu interesse pelo jogo aumentou; eu fiz coaching e cheguei a participar de um time de poker online. Hoje, jogo toda semana LIVE, uma ou duas vezes por semana. Quando participava do time, nós tínhamos uma meta de jogos e o volume era bem maior (cerca de 500 jogos por mês). Porém, como tenho minha profissão, percebi que não daria conta de me dedicar tanto assim ao poker, mas gostei da experiência. Agora, eu jogo todas as quintas e, às vezes, marcamos algum outro dia da semana. Nós não éramos amigos antes de formar o home game; algumas pessoas se conheciam, mas a maioria se conheceu através do poker e acabamos ficando amigos. É muito interessante, pois são pessoas que talvez não se conheceriam se não fosse por causa do jogo e, hoje, são amigas. O lado bom é que o poker tem sido bastante divulgado e, hoje, é considerado um esporte da mente, um jogo de habilidade e não mais um jogo de azar. Por isso, é regulamentada a prática do esporte em casas de poker. Outra coisa interessante é que qualquer jogador pode chegar a ganhar um grande torneio, não necessariamente, um jogador profissional. Se você joga futebol amador, nunca vai poder pagar para participar da Copa do mundo, certo? Mas, se você é um jogador amador de poker, você pode participar dos maiores torneios do mundo (claro, se tiver dinheiro) e sim, você pode ganhar! E um erro muito comum entre os jogadores iniciantes é jogar torneios muito caros. Isso faz com que eles joguem com medo e consequentemente, joguem mal. Então, a dica que eu dou é: separe um dinheiro para investir no poker. Se você for investir $100, jogue torneios de R$0,50 e R$1,00. Assim, você terá muito mais oportunidades de aumentar o seu dinheiro. O poker pode ser um jogo muito lucrativo se você souber administrar os seus ganhos e avaliar os riscos. No mais, um pouquinho de sorte também é sempre necessária e bem-vinda. Good Luck!”
