Para conversar com a escritora Juliana Daglio, a equipe do Social Bauru não poderia pensar em um lugar diferente – tinha que ser em uma biblioteca. E, ao chegar para o bate-papo na Biblioteca Municipal de Bauru, ela não poderia estar fazendo outra coisa que não fosse ler. O escolhido? Mais um livro de Stephen King, um de seus autores preferidos. “Eu amo livros de terror e amo os livros do Stephen King. Quem sabe não escrevo algo de terror um dia?”

Durante o bate-papo, descobrimos que a psicóloga, que mora em Bauru há sete anos, ‘pegou gosto’ pela leitura muito cedo, aos cinco anos de idade. “Meu pai era muito ansioso e queria que eu e o meu irmão aprendêssemos a ler mais cedo. Aí ele me ensinou a ler usando um livro de conto de fadas que chamava O Caso da Borboleta Atíria. Esse foi o primeiro livro que eu li, aos cinco anos. Aí, eu já me interessei pela leitura e sempre estava com um livro. Principalmente os de contos de fadas! Já li todos! (risos)”, brinca.

De lá pra cá, ela não parou mais: são 260 livros já lidos em toda a sua vida. Por isso, o sonho de ser escritora foi algo natural; uma vontade que surgiu ainda na infância. “Quando eu era criança, eu comentava com a minha mãe que queria ser escritora, mas ela não acreditava muito. Às vezes eu até escrevia uns contos de fadas bem simples e eu mesma ilustrava aquela história! Aí, eu comecei a escrever de fato aos 19 anos, quando estava no segundo ano de Psicologia”, relembra.

Para unir as duas paixões, Juliana resolveu colocar as teorias da psicanálise em seu primeiro livro, Uma Canção para Libélula. O resultado? Deu muito certo! São fãs de todo o Brasil que já pediram a continuação desta obra e muitos, uma sequência já está escrita, preparação de mais um livro que está a todo vapor e o lançamento será na Bienal do Livro, no próximo ano! “Se meu coração aguentar…” (risos).

Entre uma pausa na leitura de seu livro, Juliana relembrou o seu início como escritora, revelou detalhes dos próximos trabalhos e garantiu que todo mundo pode se apaixonar pela leitura! Confira:

_DSC7420

Foram quantos anos escrevendo Uma Canção para Libélula?
Juliana: Eu fiquei escrevendo durante três anos.

Você tinha alguma rotina?
Juliana: Eu até tentei fazer uma rotina, escrever todos os dias ou por pelo menos uma hora, mas não deu certo. Foi sem rotina mesmo. Acabei ficando meses sem escrever, mas já virei a madrugada escrevendo várias páginas do livro. Mas agora, para este novo livro que estou escrevendo, eu tenho uma rotina: faço, pelo menos, seis páginas por dia. Como eu já tenho um livro publicado, coloquei na minha cabeça que estou escrevendo profissionalmente. Agora é tudo diferente.

Você está escrevendo o seu segundo livro?
Juliana: Na verdade, eu já escrevi Uma Canção para Libélula 1 e 2 e também uma série, que o primeiro está em pré-venda que é O Lago Negro. Nesta série, eu escrevi um que a editora dividiu em dois e já estou produzindo o terceiro. Em dois meses eu escrevi o primeiro volume! Muito rápido! (risos). A inspiração veio e eu consegui escrever em dois meses. Agora, estou no terceiro desta série, que estou escrevendo há um mês.

Você tem um prazo para terminar?
Juliana: Não, vou deixar fluir. Na verdade, a ideia exige mais de você do que ao contrário. Por isso, eu tenho que respeitar este tempo.

Esta série é com os mesmos personagens?
Juliana: Sim é uma sequência com os mesmos personagens. Inclusive, eu já tenho o final. Sei aonde quero chegar e agora eu deixo fluir.

E quais as diferenças entre esta série e os livros Uma Canção para Libélula?
Juliana: Enquanto o livro Uma Canção para Libélula fala de depressão, o Lago Negro é mais voltado ao público jovem e tem uma leitura mais jovem – apesar de também trazer temas sobre psicologia. A personagem principal esquece uma parte da vida dela e está com 20 anos, em um contexto que muitos jovens vão se identificar. Ela sai de casa pela primeira vez para estudar fora. Ela passa em uma faculdade federal para estudar jornalismo, que é o sonho dela, e ela também sonha em escrever um livro. E ela acha que, indo para uma cidade menor, do interior, ela vai ter mais tempo para escrever este livro e começa um rascunho. Mas ela percebe que a cidade é extremamente hostil e os habitantes da cidade não gostam de pessoas novas. Por causa disso, ela começa a entrevistar as pessoas para saber o motivo de as pessoas serem desse jeito. Ao mesmo tempo ela começa a escrever o livro, mas percebe que, algumas coisas que ela escreve em forma de fantasia, aconteceram de verdade. Então ela começa ir em busca da memória reprimida dela.

_DSC7411

Você tem algo de semelhante com esta personagem principal?
Juliana: Acho que viver nesse mundo de fantasias! (risos). O livro dela é de vampiros e, apesar de eu nunca ter escrito sobre vampiros, eu sempre gostei muito. Sou fã da Anne Rice, que escreveu Entrevista com Vampiro. Mas acho que são essas semelhanças.

E qual a sua reação ao ver o sucesso do livro Uma Canção para Libélula?
Juliana: Eu não sabia se eu chorava ou ria! Tudo começou com a ideia de dois leitores meus: um de Bauru e o outro do Rio de Janeiro. A minha editora marcou a publicação de Uma Canção para Libélula 2 para março do próximo ano, comemorando. Aí esses leitores pensaram em fazer umas ‘placas’ no Facebook pedindo a antecipação e o pessoal da editora, viu aquilo e gostou. Se tivesse 150 ‘plaquinhas’ como aquelas, a editora faria a segunda edição do primeiro livro e com 300 ‘plaquinhas’, eles fariam a continuação dele. E ah, tinha prazo para isso – era até o dia 31 de outubro. Pensei: ‘ah, acho que vamos conseguir as 150 plaquinhas até essa data’. Mas, quando eu vi, no final daquele dia que eles anunciaram, já tínhamos 150! Confesso que nem conseguia dormir de tanta felicidade. Aí, em dois dias, conseguimos as 300 que tinha sido pedido. Nossa, minha caixa de mensagens no Facebook ficou tão lotada que eu ainda nem consegui terminar de responder! (risos). Foi uma repercussão bem legal!

Hoje você não tem dúvidas de que quer continuar nesta profissão?
Juliana: Antes eu achava que não, que eu ia escrever um livro para a minha família, por exemplo, mas não imaginava que ia ter essa dimensão. Mas nossa, muita gente veio pedir pra eu fazer a continuação do livro e isso foi muito bom e agora eu acho que é possível.

Quantos livros você já leu até hoje?
Juliana: Olha, eu consigo ler uns cinco livros por mês e, até hoje, já são 260 livros.

Todo mundo pode se apaixonar pela leitura?
Juliana: Claro, com certeza! Se a pessoa ainda não se apaixonou, é porque não encontrou o livro certo!

Serviço:
Os interessados podem adquirir o livro O Lago Negro neste link: www.arwenstore.com.br/o-lago-negro-pre-venda
Para saber mais, acesse: www.facebook.com/olagonegroJD e www.facebook.com/MeninaLibelula?__mref=message

Compartilhe!
Carregar mais em Cultura
...

Verifique também

Banda bauruense leva composições autorais ao Teatro Municipal de Botucatu

Com sonoridade pós-punk e composições autorais, a banda bauruense “Obscuro Lavrador” se ap…