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O céu não estava brilhando como o de costume na cidade de Bauru – por incrível que pareça, nem estava tão quente assim na cidade – mas os olhos de Daniel Pestana, educador físico e um dos coordenadores da natação da ABDA (Associação Bauruense de Desportes Aquáticos) brilharam e muito!

Durante um pouco mais de uma hora de bate-papo que aconteceu na piscina do Bauru Tênis Clube (BTC), local onde são realizados os treinos de natação, foi possível perceber a satisfação que o profissional sente em poder ajudar tantos outros jovens da cidade. No total, são 2.500 meninos e meninas, com idade mínima de cinco anos, que participam de treinamentos diários de natação e acompanhamento escolar, sem nenhum custo. “Nós temos uma assistente social que acompanha o rendimento escolar de cada aluno, ao lado dos pais. Sempre quando tem algum problema são realizadas reuniões para saber o que está acontecendo. Esse acompanhamento é muito importante”, comenta.

Mas, mais que longos treinamentos e a possibilidade de tornarem-se atletas de alto nível, Daniel fez questão de ressaltar a importância do convívio com cada um; afinal, muitos destes jovens passam mais tempo no projeto que em suas próprias casas. “Aqui, nós somos uma família, por isso faço questão de estar sempre perto deles. Sem contar que eles também procuram muito a gente para conversar e pedir conselho – às vezes desabafam sobre coisas que a gente nem imagina que esteja acontecendo”.

E isso é tão levado a sério pelo jovem que ele garante que a sua vida mudou completamente a partir do momento em que colocou os pés neste projeto. “Eu acho que o que é mais difícil encontrar hoje em dia na sociedade é um trabalho humanizado. Tudo é muito mecânico e superficial. Poxa, se você vai no hospital o médico mal olha para você e nem quer saber exatamente o que você está sentindo. Antigamente a gente também tinha esse pensamento porque é o que a sociedade implanta na gente. Mas isso mudou e agora é tudo tão levado a sério aqui dentro que a gente procura conhecer cada criança. E, com certeza, foi exatamente isso o que mais mudou em mim. Poder conhecer tantas outras histórias me fez ser muito mais humilde e repensar sobre a minha vida. Agora, penso: o que é realmente difícil para mim’?”

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Entre as lições aprendidas nesses cinco anos estão: humildade, paciência para entender o limite de cada um, respeito e amor. “O que mais motiva é saber que a mudança tem que começar em mim para eu poder ajudar a fazer a diferença na vida de cada criança. E com o tempo, eu aprendi que, na verdade, eu não ainda não sei nada da vida. Nós somos mundo pequenos em relação a tudo o que acontece por aí”.

O verdadeiro prêmio
A rotina não é fácil e os treinos são sempre levados a sério – tanto que muitos jovens já escolheram levar o esporte como profissão e se tornaram grandes campeões na cidade. Mas, depois de encerrada a entrevista, Daniel pediu para comentar sobre um fato que tinha esquecido, mais importante que qualquer medalha ou lugar no pódio. “A minha mãe teve câncer e eu não contei para ninguém. Achei melhor assim, mas os meninos acabaram descobrindo. Aí, quando ela raspou o cabelo, eu decidi raspar também em solidariedade aquele momento que estávamos passando. No dia seguinte, ao chegar aqui no projeto, todos os meninos estavam com o cabelo raspado, em solidariedade a mim. Por isso eu sei que não tenho 2.500 alunos, mas 2.500 amigos” – comentou com aquele brilho nos olhos novamente.

Mais detalhes
A natação é um dos projetos comandados pela diretoria da Zopone Engenharia, empresa bauruense que hoje possui sedes espalhadas por todo país. Em Bauru, a Zopone ainda é responsável pelo projeto de pólo aquático e atletismo. No caso da natação, qualquer um, a partir dos cinco anos de idade, pode participar. Segundo o educador físico, a única exigência é que a criança ou o jovem já saiba nadar e esteja adaptada à água. E ah, que ele esteja disposto a mergulhar em um futuro totalmente novo!

Para mais informações, entre em contato no telefone 3202-9259 ou email: [email protected]

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