Nos últimos dias, Bauru teve a confirmação do início das obras das marginais da Rodovia Marechal Rondon. Inclusive, recebeu a presença do Governador Alckmin, para a assinatura da ordem de serviço.

As rodovias são peças de infraestrutura pública consideradas como importantes vetores de desenvolvimento econômico para as cidades que estão localizadas lindeiramente aos seus eixos. A Rodovia Marechal Rondon não foge à regra, pois liga a capital às regiões central e noroeste do estado.

Em muitos dos casos, a mancha urbana municipal tende a crescer a partir do entorno desses trechos, ou cresce em direção a eles, porém este fato poucas vezes ocorre segundo um planejamento urbano adequado, que procure compatibilizar as necessidades locais e a função original da rodovia.

Os trechos urbanos destas rodovias proporcionam, em geral, conflitos que se não forem corretamente gerenciados geram trechos viários com alto potencial de risco, quer seja para moradores locais, quer seja para os diversos tipos de condutores de passagem, requerendo soluções por parte de órgãos públicos e empresas concessionárias.

Quando da sua duplicação na década de 1990, o projeto implantado na Rondon procurou atender às necessidades prementes do momento, porém não vislumbrou um horizonte de tempo mais avançado. A duplicação resultou em um maior isolamento entre a região central e as regiões leste e sudeste da cidade. Muitas transposições originais da rodovia foram interrompidas pela duplicação, fato este que causou saturação em outras vias.

O grande problema deste trecho urbano de rodovia é que ele recebe quatro tipos distintos de usuários: os veículos de passagem, os veículos do tráfego urbano, bem como os pedestres e ciclistas. O primeiro, por estar trafegando em uma rodovia há algum tempo, possui um comportamento característico de rodovia rural – a que não é urbana – com uma visão mais distante e maior velocidade, enquanto que, o segundo, apresenta comportamento próprio de quem trafega por vias urbanas, com um olhar mais próximo e menor velocidade. Esse conflito entre os dois primeiros tipos de usuários é que provoca grande parte dos acidentes neste trecho da rodovia. Para os dois últimos, pedestres e ciclistas, a rodovia não deixa de ser uma via urbana, expondo-os ainda mais gravemente devido às maiores velocidades dos veículos.

A opção de construção de marginais, nos dois lados da rodovia, permitirá que essas passem a receber o tráfego urbano. A rodovia, propriamente dita, será quase que exclusivamente ocupada por tráfego rodoviário de passagem. Este trecho de rodovia deverá ter rígido controle de acesso/saída, permitindo-se em apenas poucos pontos do trecho em questão.

Seria preciso, adicionalmente, reparar ausências de transposições da rodovia, em alguns pontos, como por exemplo, a interligação dos dois trechos da Avenida Cruzeiro do Sul, via que ficou sem continuidade após a duplicação. Adicionalmente, prover de ligações as regiões do Bauru Shopping e Núcleo Gasparini.

Esta propalada antecipação de cronograma de construção de 2018 para 2016, na verdade, já vem tarde, pois a quantidade de acidentes é grande no trecho urbano da Marechal Rondon. Esta propalada antecipação é, na verdade, uma redução no atraso.

Outro aspecto importante é a eliminação de conflitos entre a competência jurisdicional que envolve a rodovia. Não importa a jurisdição, se municipal ou estadual, é preciso que o gerenciamento do trânsito, buscando a sua segurança, no entorno da rodovia, seja realizado de forma integrada, holística, pois as pessoas morrem na área do município de Bauru. Afinal, uma morte no trecho municipal não é menos trágica do que outra no trecho estadual.

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