Patrícia Almeida e Kety Carmo são funcionárias do Sampa, em Bauru
Patrícia Almeida e Kety Carmo são funcionárias do Sampa, em Bauru

Muitas pessoas costumam trocar o dia pela noite, às vezes, de uma maneira um pouco mais leve e tímida, para assistir séries, filmes, ir ao bar com os amigos, festas ou simplesmente porque não é preciso acordar cedo no dia seguinte. Por outro lado, essa troca de horário é necessária para quem tem que trabalhar no período noturno. Afinal, as baladas e bares não funcionariam sem essas pessoas, não é mesmo?

O mundo foi acostumado a funcionar durante o dia e descansar durante a noite. São diversos fatores que favorecem esse esquema: a ausência de luz, queda de temperatura corporal e produção de melatonina – hormônio capaz de regular o sono. Para Thayla Tayar, proprietária da Pink Elephant, a rotina “normal” – de acordar às 9h e deitar às 23h – é mantida durante a semana, mas “aos fins de semana vira uma bagunça, não tenho horário para nada”.

Isso é uma constante também para Rafael Gimenez, um dos proprietários do Joker Bar e que – durante o dia – é advogado. “Felizmente, tenho sócios e colaboradores responsáveis a minha volta, o que me permite, pelo menos durante a semana, dormir mais cedo e acordar em horário que me possibilite trabalhar normalmente. Já no final de semana a história é outra, dificilmente durmo antes das 4h da manhã”, conta.

As mudanças do dia para a noite afetam também a alimentação, metabolismo e são essas alterações que podem trazer consequências como doenças cardiovasculares, distúrbios hormonais e digestivos, fadiga crônica, entre outros. Por isso, é importante que, mesmo que o sono não seja em um horário usual para o mundo, ele seja mantido no mesmo horário todos os dias. É importante também que as três principais refeições de um dia comum – café da manhã, almoço e janta – sejam feitas de maneira saudável e nutritiva. “Durmo na parte da manhã, pois não consigo dormir cedo. Então não tomo café da manhã, já acordo para almoçar e vou para o trabalho à tarde”, conta Kety Carmo, que trabalha há três anos no Sampa. Já para Rafael “o mais complicado não é a qualidade dos alimentos e sim os horários e os grandes intervalos sem comer ou somente ‘enganando’ a fome”.

Além, é preciso ter muito jogo de cintura! “Quem trabalha na noite precisa se adaptar ao ambiente e entender que os clientes estão bêbados e que, muitos nem lembrarão do que aconteceu na noite anterior. Eu levo a seguinte filosofia: ‘Ou você entra na dança, ou você dança’. No caso, eu entro na dança!”, brinca Patrícia Almeida que trabalha como garçonete no Sampa.

Festa todo dia?
Um dos mitos da vida noturna, principalmente nas baladas, é que tudo é festa. Dificilmente alguém que exerce esse trabalho vai concordar com isso. “Fazer uma festa e participar da festa são duas coisas completamente diferentes. No Joker nós entramos no clima, claro. A questão é que tudo isso deve ser feito com profissionalismo. Se a equipe não pode ingerir bebida alcoólica durante o trabalho, nós também não podemos”, explica Rafael. “Trabalhar na noite não é só festa e muito menos só trabalhar à noite, casa noturna também é uma empresa, também funciona durante semana, temos muito o que fazer, às vezes as pessoas não imaginam e nem entendem isso”, completa Thayla.

Para Patrícia, apesar das dificuldades em relação ao horário, trabalhar à noite é muito bom. “Eu gosto de trabalhar à noite porque o salário é bom, né?! (risos). Trabalhamos apenas três dias da semana, temos todos os outros dias livres – e nos dias que trabalhamos temos o período da manhã e tarde também! Além disso, temos a oportunidade de fazer vários amigos”, comemora.

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