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Estamos vivendo, nestas últimas semanas, em Bauru, uma realidade que já era caótica e que, pelo que se pode inferir, ficará ainda pior. Com essas últimas mortes no trânsito urbano bauruense, principalmente, de usuários de motocicletas, em 2016 atingiu-se o total, até agora, de 26 mortes. Isto representa quase 30% a mais do que durante todo o ano passado, onde perderam a vida 21 pessoas.

Em 2015, 57% dos óbitos foram de usuários de motocicletas; em 2016, esse número já chegou a 65%. Pasmem os leitores, mas a frota de motos, motonetas e ciclomotores representa cerca de apenas 21% da frota total de veículos em Bauru. Isto mesmo, 21% da frota representam 65% das mortes no trânsito bauruense.

Nestes últimos dias o país todo está triste e chocado pelo acidente do jato Avro RJ 85 da companhia boliviana LaMia, que conduzia a delegação de atletas, dirigentes e jornalistas para Medellín, na Colômbia. O acidente deixou 71 mortos e outras 6 sobreviveram. O mundo todo se sensibilizou com a tragédia e diversas mensagens de condolências foram expressadas e solenidades foram realizadas para homenagear os mortos na tragédia. Aliás, a imprensa do mundo todo tratou o fato como tragédia.

A mídia e as pessoas, em geral, tendem a denominar de tragédia quando ocorre uma quantidade elevada de perdas de vidas e grande número de feridos em um único fato. Ou mesmo se poucas pessoas perdem a vida em situações pouco corriqueiras. Sem qualquer sombra de dúvidas, para as famílias e amigos das vítimas de acidentes (ou incidentes) fatalidade envolvendo uma única pessoa é uma perda enorme, uma dor inimaginável. Perder um único ente querido é sim uma tragédia. E a mídia trata esses fatos desta maneira.

No Brasil morrem anualmente mais de 44 mil pessoas no trânsito. Isto corresponde aproximadamente a 620 “acidentes da Chapecoense” e a sociedade quase ignora esse quadro horrendo, a não ser as pessoas próximas às vítimas.

No município de Bauru, considerando as mortes no sistema viário urbano, nas estradas e rodovias, em 2015, penderam mortas 44 pessoas. Mas, parece que tudo isto é normal. Pode ser que em 2016 o quadro seja ainda pior.

Mas, ninguém se choca! Tudo normal! E ninguém faz nada. Os motoristas continuam passando no sinal vermelho, falando e digitando ao celular, bebendo e dirigindo, desenvolvem velocidades totalmente incompatíveis com o local…
O comportamento das pessoas não muda! As estatísticas também! Os dados continuam alarmantes e os usuários do trânsito tranquilos. Afinal, “comigo não acontece”… “eu bebo, mas dirijo sem problemas”; “falo ao celular, mas fico atento”; “digito mensagem no WhatsApp, mas são só poucos segundinhos”.

Este é o Brasil! Esta é a nossa Bauru! Queremos mudar o mundo, queremos que cesse a corrupção, que terminem as injustiças, que acabem os preconceitos… Mas, são as outras pessoas que precisam mudar. Não faço absolutamente nada para mudar a mim mesmo!

A sociedade só conviverá com igualdade, liberdade, fraternidade, caridade, misericórdia (como nos convida o Papa Francisco) quando nós mudarmos a nós mesmos. Aí sim poderemos ter a esperança de um mundo melhor.

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