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Faltam poucos dias para a maior festa do Brasil acontecer e mesmo sendo tradicional, o carnaval divide as pessoas. Há quem odeie a folia e tem quem acha a melhor data do ano. O bauruense Leandro Lopes é uma das pessoas que amam o carnaval e, todo ano, não passa um dia do feriado dentro de casa.

As raízes não negam, Leandro vem de uma família que sempre esteve presente nos carnavais da cidade. Se na infância, a avó era quem o levava para curtir a folia nas matinês dos clubes bauruenses, hoje, é ele quem a leva para festejar: “minha vó tem mais de 92 anos e sempre participou da elaboração de fantasias para o carnaval. Todo ano, ela faz questão de participar da festa, mas claro que dentro de suas limitações. Ela gosta de observar as pessoas e a alegria, sou obrigado a levá-la”, conta Leandro.

A primeira participação no carnaval de que se recorda, foi logo aos quatro anos de idade, quando desfilou em cima do carro alegórico, no bloco da Ajax, em plena Avenida Nações Unidas. Durante a infância, a folia era nas matinês dos clubes da cidade. “O carnaval de Bauru era na Avenida Nações Unidas, Bauru ainda não tinha sambódromo. Depois era em clubes. O Country Clube era para a molecada, tinha matinê a tarde e a gente se divertia com o concurso de fantasia. Era muito divertido”, relembra Leandro.

Como uma pessoa que sempre acompanhou os carnavais da cidade, o folião conta que Bauru tem mudado a forma de comemorar a festa: “houve um processo de esvaziamento dos clubes e hoje tem os blocos ocupando as ruas o que é novidade. Até pouco tempo não tinha esses blocos, cada um com uma temática, com um público específico de faixa etária e preferências, mas todos são muito bons. Eu prefiro os carnavais de agora, que estão mais inclusivos e mais acessíveis. Antes, nós tínhamos um carnaval privativo a quem tinha condição financeira, eram sócios de clubes, que tinham dinheiro para comprar ingresso. Hoje, o carnaval está mais democrático. Mesmo quem não tem possibilidade de comprar, segue o bloco e eu acho isso muito interessante. É uma mistura e tem uma interação e energia muito boa”, comenta.

Colecionador de histórias carnavalescas, Leandro já aproveitou a folia de vários modos: assistindo a desfiles de Escolas de Samba de São Paulo, atrás dos trios elétricos de Salvador e até no carnaval mascarado de Veneza. “Em Veneza é totalmente diferente porque o carnaval ocorre no inverno e o Brasil ocorre no verão, então enquanto aqui, as pessoas tiram a roupa, lá é preciso colocar mais roupas para suportar o frio. É um encanto pois é um lugar único no mundo, cheio de vielas, pequenas pontes e todo mundo é mascarado e fantasiado, o que dá um charme ao carnaval”, diz Leandro.

“O dia em que um camelo foi meu táxi”
“Teve um carnaval em São Paulo que eu fui para o sambódromo e fiquei no camarote para ver meus amigos desfilarem e tirar fotos deles. A temática da escola era uma homenagem a Dubai, então colocaram uma ala com camelos. Ao término do circuito, mais de seis horas da manhã, eu fui encontrar meus amigos que participaram do desfile. Íamos embora de táxi e estávamos muito longe do ponto. Como não tinha locomoção eu acabei pegando carona no camelo da escola de samba”, conta Leandro, relembrando uma de suas histórias de carnaval.

Além disso, as lembranças são milhares e uma mais inusitada que a outra. Ele ainda conta que em Veneza, junto com um amigo, conheceu um casal de russos que ficaram fascinados pelos brasileiros, os quatro ficaram amigos e decidiram participar de um concurso de dança do carnaval veneziano. Por se tratar de dança, o desfecho da história, claro, foi a vitória de Leandro e seu amigo.

Quando se trata de falar sobre o carnaval que mais gostou, o bauruense não consegue escolher um só: “eu tenho uma paixão pelo carnaval de Veneza, tanto que fui três anos seguidos e também o carnaval de Salvador. Não dá para escolher, são experiências imperdíveis, únicas e diferentes”, explica.

Preparação para o Carnaval 2017
Quatro dias de festa exige uma preparação adiantada e com muita experiência acumulada, Leandro conta que começa a planejar o Carnaval dois meses antes da data, primeiro, financeiramente, já que para quem quer viajar, a folia tem um preço. Depois, o cuidado é com a fantasia que deve ser escolhida com antecedência, já que quanto mais perto da festa, mais cara ela fica e há menos opções.

Este ano, Leandro vai curtir 5 noites de Carnaval em Salvador e espera que 2017 supere todos os outros anos: “almejo muita alegria, que seja um carnaval pacífico, sem violência, com responsabilidade das pessoas. Desejo um carnaval repleto de sexo com camisinha, um carnaval seguro, de confraternização, sem briga, de muita beleza, de troca de experiência e novidades”, diz.

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