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Há pouco mais de 20 dias no ar, a série “Os 13 Porquês”, baseada no livro de mesmo nome de Jay Asher, vem causando muitas polêmicas. A série conta a história de uma garota que se suicidou, mas antes disso gravou treze fitas contando os motivos dela fazer isso, sendo que cada motivo gira em torno das ações de seus amigos.

Além dos episódios, a série conta com um capítulo extra chamado “Tentando Entender os Porquês” onde a Netflix disponibilizou os contatos do Centro de Valorização da Vida (CVV), com isso, os números de pedido de ajuda na associação aumentaram seis vezes em nível nacional.

O CVV de Bauru, com 35 anos de atuação, também tem registrado um aumento da procura principalmente por e-mail, plataforma muito usada pelos jovens. No mês de março foram recebidos 250 e-mails, em abril já foram recebidos 270 e-mails somente até o meio do mês.

“O que a gente percebe pelos contatos de jovens é o sofrimento, a solidão e o vazio. Nessa fase, eles acabam se culpando muito por problemas que acontecem na família, às vezes eles acham que as coisas não estão dando certo por culpa deles e isso traz um sentimento de inutilidade. Tem jovens que escrevem: ‘eu me sinto inútil, eu não sirvo para nada, o que eu posso pensar é acabar com a minha vida que vai ser melhor para todo mundo’. A gente vê vários jovens que diz se sentirem um lixo e o que está levando os jovens a se sentirem assim? É bom levantar essas questões”, relata a Coordenadora do posto de Bauru, Sandra Maria de Morais.

O Centro de Valorização da Vida é uma associação civil sem fins lucrativos, filantrópica e reconhecida como Utilidade Pública Federal desde 1973. O serviço prestado à comunidade é voluntário e gratuito sob total sigilo. Segundo a Coordenadora Sandra, o CVV presta apoio emocional às pessoas e é um espaço para desabafar e falar sobre questões que estão causando algum tipo de sofrimento.

“Conversamos, proporcionamos um ambiente sigiloso para que a pessoa desabafe tranquilamente e livre de ameaças, porque a gente não faz nenhum tipo de julgamento, nenhuma crítica. A gente tenta proporcionar um ambiente onde ela consiga desabafar e se sinta segura para fazer isso”, explica Sandra.

Os voluntários do CVV passam por um curso preparatório para fazer um serviço que não gira em torno de conselhos, mas sim, do ouvir ativamente: “a gente ouve o desabafo da pessoa, interage com ela conversando, sem interferir. Então é basicamente um acolhimento, um espaço para você falar do assunto que você quiser, que está te incomodando de alguma forma, e que talvez você não tenha com quem conversar sobre isso”, diz a coordenadora.

Portanto, diferente dos serviços profissionais com médicos e psicólogos, o CVV não foca no problema das pessoas, o objetivo do centro não é entender os problemas, mas compreender, acolher, facilitar o desabafo para a pessoa falar como ela está se sentindo em relação aos problemas que ela enfrenta.

“A gente não foca no problema, a gente foca no que a pessoa está sentindo, porque o problema cada um enxerga de uma maneira, o que interessa para gente é o que a pessoa está sentindo, o que ela está passando com a situação. O problema não é o foco, o foco é o sentimento”, explica o Vice-Coordenador do posto de Bauru, Luis Antonio Ramos.
Muitas vezes expor os sentimentos é difícil para as pessoas e um modo de facilitar essa abertura é manter sigilo total, por isso o CVV pode ser contatado por e-mail, Skype, pelo site ou pelo telefone com custo de ligação local.

Como se tornar um voluntário?
Com o aumento da procura o Centro de Valorização da Vida em Bauru, hoje com apenas 30 voluntários, está cada vez mais à procura de pessoas para ajudar nos trabalhos e para se candidatar é simples, basta ter mais de 18 anos, disponibilidade de tempo e calor humano.

Os interessados devem entrar em contato com o posto de Bauru pelo telefone 3222-4111. Depois disso, eles irão passar por um treinamento de nove semanas para aprender a filosofia e como é o trabalho do CVV. A partir de então, já estão aptos a realizar os atendimentos.

Além do treinamento, há reuniões mensais: em um mês, a reunião é com grupo de 8 a 10 pessoas, com o objetivo de reciclar o treinamento; já no outro mês há a reunião geral, onde todo mundo se reúne, tem orientação, estudo e treinamento de papel.

É preciso falar!
O CVV ressalta que é extremamente necessário conversar, falar e desabafar, independente do canal. As pessoas precisam expor seus sentimentos e buscar ajuda, seja com pais, amigos, psicólogos ou, até mesmo, com o Centro de Valorização da Vida.

“Aqui a gente vai atender sem julgar, sem criticar, sem dar dicas, com respeito, sem preconceito, enfim, com sigilo absoluto. Pode falar o que quiser, estamos à disposição e vamos conversar, liga para gente. Se você está com dor de dente, você vai ao dentista; se você está com problema sentimental, psicológica; já no emocional você não vai a lugar algum. Não busca ajuda se está triste, com angústia… Esse é um alerta fundamental! ”, conta o porta voz do posto de Bauru, José Carlos dos Santos.

Serviço
Centro de Valorização da Vida
Telefone: 3222-4111 ou 141
Site: www.cvv.org.br
Facebook: www.facebook.com/cvvsigiloabsoluto

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