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Depois de 20 anos e muitas batalhas, Ana Cláudia Fernandes, proprietária das lojas Melissa, Morena Rosa e Ana Cláudia Fitness, em Bauru, resolveu surpreender ao marido. Ele, que tinha o sonho de fazer uma grande festa para o seu casamento, teve o desejo realizado recentemente.

Durante nove meses, sem ninguém saber, Ana Cláudia organizou uma “comemoração de aniversário” e fez uma surpresa para todos amigos e parentes que fizeram parte desta história de amor. “Eu queria chamar muita gente, mas não dava. Por isso, resolvi convidar quem esteve ao nosso lado desde o começo”, comentou a empresária.

Com exclusividade para o Social Bauru, Ana Cláudia comentou mais detalhes desta surpresa, a história do casal e as batalhas que teve de enfrentar durante toda a sua vida. Confira:

Quando o casamento aconteceu?
Ana Cláudia: No dia 13 de novembro. Todo mundo achou que seria uma festa para comemorar o meu aniversário, mas foi bem diferente! (risos).

Como assim?
Ana Cláudia: Eu trabalho no comércio há 12 anos, então nunca consigo comemorar o meu aniversário, que é dia 13 de janeiro. O ponto da forte da linha fitness e moda praia é depois do Natal. Então, eu sempre quis comemorar e nunca consegui. A minha ‘desculpa’ para fazer o casamento já começou aí.

Você ficou quanto tempo organizando?
Ana Cláudia: Foi bastante tempo! Eu estava desde fevereiro organizando tudo. Mas acho que o mais difícil foi segurar este segredo todo este tempo, tomar as decisões tudo sozinha e ainda seguir com o meu trabalho e as minhas lojas.

Você comenta no trailer que há 20 anos você dizia não quando o seu marido te pedia em casamento, né?
Ana Cláudia: Isso, nós fizemos 20 anos juntos: 18 de casados e dois de namoro. Na verdade, nós já havíamos nos casado porque eu estava grávida. Nos casamos quando eu estava de sete meses da gravidez da Isabela. Mas foi tudo corrido. Na época, ele tinha acabado de se formar na faculdade de Educação Física e eu estava desempregada, então foi tudo muito difícil. O engraçado é que desde o começo ele já falava que eu seria a mãe dos filhos dele! (risos).

Como vocês se conheceram?
Ana Cláudia: Nós trabalhamos juntos em um banco. Mas sempre fomos muito diferentes um do outro. Ele mais romântico e eu totalmente centrada. Mas o fato de ser tão focada vem da minha história. Eu sempre trabalhei muito, desde os sete anos e com nove eu já vendia produtos da Natura. Com 14 anos fui até homenageada como uma das consultoras que se destacou na região! Venho de uma família muito humilde: meu pai era pedreiro e a minha mãe era faxineira. Sem contar que eu tinha uma autoestima muito baixa. Então, eu venho de uma história muito diferente – fiquei muitos anos batalhando pelas minhas coisas. Com a Natura, por exemplo, eu consegui comprar uma Vespa para poder vender mais produtos e ir na casa das clientes. A Vespa nem andava! (risos). Mas comprei e depois fui montando com outras peças. Minha vida sempre foi assim; de muita batalha. Depois de um tempo, eu saí de Tibiriçá e vim morar aqui em Bauru com o meu irmão em busca de outras oportunidades. A nossa kitnet só tinha dois colchões! Para conseguir manter a casa, durante um tempo, eu trabalhei em três empregos. Foi uma época muito difícil. Mas eu fui conseguindo empregos melhores até que entrei neste banco e encontrei o Marcos.

Foi amor à primeira vista?
Ana Cláudia: Não porque sempre fomos muito diferentes! E eu estava focada no meu trabalho, tinha terminado o namoro há pouco tempo e nem saía de casa, só pensava no meu emprego mesmo. Além disso, muitas funcionárias do banco achavam ele muito bonito e eu pensava que era ‘muita areia’ para mim! (risos). Mas um dia eu saí com as minhas amigas do trabalho e quando eu resolvi ir embora, ele chegou. Aí conversamos um pouco e ele falou para eu entrar de novo e ficar mais um pouco. Pensei e resolvi aceitar. Este foi o primeiro dia que nos beijamos. Tudo começou ali e não foi fácil, tinham muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo. Eu estava apaixonada, fui me deixando levar pelo sentimento e isso me deixou desesperada. Senti muito medo de sofrer com aquele relacionamento. Mas deu tudo certo e vivemos muitas coisas. Ao lado dele, vivi experiências que nem imaginava viver. Aí, com 23 anos, eu engravidei. Chorei três meses sem parar. Foi um susto! Aí nós casamos no cartório.

Como foi o casamento?
Ana Cláudia: Foi bem complicado. Eu estava tão sem dinheiro que fiquei dois anos sem cortar o cabelo! Eu sempre falo que Deus coloca alguns anjos no nosso caminho e eu tenho uma amiga que foi o meu anjo da guarda nesta época, porque ela me emprestou todas as roupas de gestante, inclusive o vestido para o casamento. Nem isso eu pude comprar. Fizemos a festa em uma chácara do meu tio, um outro ajudou com a comida e a minha tia fez as lembrancinhas de jornal. Só pudemos realizar porque tivemos muita ajuda. Por isso que decidi fazer este casamento surpresa agora, por toda a nossa história e como uma homenagem a todo mundo que nos ajudou lá atrás.

E sempre foi um desejo do seu marido, né?
Ana Cláudia: Sim, sempre foi. Também fiz tudo isso por ele. Se eu não tivesse o apoio dele desde o começo, eu não teria os empreendimentos que eu tenho hoje. Para você ter uma ideia, o primeiro estoque eu comprei com 1.000 reais emprestado do meu cunhado. E o meu marido sempre me apoiou e sempre acreditou que tudo ia dar certo. Ele é muito família… canceriano, sabe? (risos).

Como foi o seu começo como empresária?
Ana Cláudia: Quando eu fiquei desempregada, eu comecei a vender comida congelada. Estava com um barrigão enorme, mas trabalhei até o último dia! Além disso, durante a gravidez, fui expositora em supermercados. Logo que a barriga começou a crescer, ficou impossível arrumar um emprego fixo, então aproveitava essas oportunidades que iam aparecendo. Também continuei vendendo os produtos da Natura, que foram muito importantes para mim. Aí, depois de um tempo, eu comecei a dar aulas como personal – que surgiram por acaso também. Deu certo e, eu estava sempre com roupa de ginástica quando entregava Natura. Eu andava pela cidade toda trabalhando! Sempre me preocupei em estar bem-vestida e me apresentar bem, e foi assim que as pessoas começaram a se interessar pelas minhas roupas e eu vi que poderia começar a vender; poderia ser um bom negócio. Na época não tinha internet e foi muito difícil conseguir o telefone do fabricante. Mas encontrei, vi que era do Rio de Janeiro e fui atrás para comprar – com aqueles 1.000 reais emprestados do meu cunhado. Vendi tudo em 15 dias. Aí, peguei mais um pouco de dinheiro emprestado para comprar novas roupas, já que tinha conseguido um cantinho na academia para poder colocar as peças. Olha, a nossa história não foi fácil. Nem depois que eu já tinha a primeira loja. Cada dia era uma batalha nova. Aos olhos dos outros talvez parecesse que estava tudo bem, mas a dificuldade em casa era muito grande. Mas esta batalha valeu tanto a pena que até consegui fazer com que o meu pai se aposentasse e viesse morar comigo, junto com a minha mãe. E nada disso teria acontecido se não fosse todo o apoio do Marcos, meu marido. No último ano, a correria voltou e eu trabalhei muito porque abri uma nova loja aqui em Bauru e o apoio dele foi fundamental. Eu sei que fiquei muito ausente, mas tive a compreensão dele de esperar passar e decidi celebrar esse momento tao sonhado.

Na verdade, o casamento foi por causa de tudo o que você já viveu, né?
Ana Cláudia: Sim, com certeza. E foi legal porque eu contava tudo isso para as pessoas e todo mundo foi abraçando a ideia junto. E foi modificando o que eu queria no começo! Não pensava, por exemplo, em me vestir de noiva. Imagina! Mas com o tempo acabaram me convencendo e passar por essa experiência, ao lado das minhas filhas foi muito bom. Demorou… procurei muito até achar o vestido da forma que eu queria. Mas deu tudo certo. E durante o processo ainda tive que ficar pensando em algumas mentirinhas para o Marcos. Por exemplo, como eu ia fazer ele se vestir de terno? (risos). Aí eu comecei a falar que queria festa à fantasia, depois disse que queria outro tema até decidir que seria algo mais ‘social chique’. Pronto! Assim ele iria de terno! Outro detalhe: casamento tem um horário exato para as pessoas chegarem, mas aniversário não. E eu queria que todo mundo estivesse junto. Aí eu disse para o meu marido que tinha contratado um cover do Elvis Presley e avisei aos convidados que todos tinham de estar lá até às 21h! (risos). Mais um detalhe resolvido. E durante todo esse tempo eu fazia tudo escondido, o que era horrível, porque não me sentia à vontade mentindo para ele. Até em casa tinha um estresse porque, se eu estava resolvendo algo com as minhas filhas, algum detalhe do casamento, e ele chegava, já era a maior correria para esconder tudo! (risos). Mas ele não desconfiou de nada.

Você ficou muito nervosa no dia?
Ana Cláudia: Não; eu fiquei nervosa durante a semana, mas no dia eu estava aliviada em pensar que tinha chegado a data tão esperada. Eu estava muito ansiosa e, inclusive, tive vários pesadelos. Em um deles, eu fiquei tão nervosa, que até falei durante a noite! Fiquei desesperada… imagina guardar o segredo por tanto tempo e contar dormindo? (risos). Mas deu tudo certo e no dia eu estava muito emocionada, na verdade.

E a reação dele quando chegou ao ‘aniversário’?
Ana Cláudia: Ah, ele ficou muito emocionado! Achou tudo lindo. Aí tivemos que ‘fazer teatro’: tiramos fotos no bolo de aniversário, eu tirei fotos com os convidados e todo mundo acreditando que era uma festa de aniversário mesmo. Depois, até fiquei sabendo que ele perguntou para a banda e o barman se eles tinham datas para o próximo ano porque ele queria casar! (risos). Ele disse que ia contratá-los para o nosso casamento que ele fazia questão que acontecesse em 2016!

E nem quando você foi se trocar e colocar o vestido de noiva ele desconfiou?
Ana Cláudia: Não. Ele ficou na festa e eu entrei. O meu cabelo já estava quase pronto e foi tudo muito rápido. Aí, a minha filha mais velha começou a ler um texto – que ele disse que achou estranho porque só falava dele e não de mim – e foi neste momento que ele descobriu que se tratava do nosso casamento. No momento que comecei a entrar, eu estava muito emocionada!

O que o seu marido te disse depois que passou tudo?
Ana Cláudia: Ele ficou muito feliz! Estava realizando um sonho e ficou muito emocionado com tudo, mesmo na semana seguinte. Acho que a ficha foi caindo aos poucos! (risos).

Você faria algo diferente?
Ana Cláudia: Não; tudo saiu tão lindo que eu não mudaria nada. O melhor foi ver a emoção de todo mundo, já que eram pessoas que conheciam a nossa história e a nossa batalha. Eu queria chamar muita gente, mas não dava. Por isso, resolvi convidar quem esteve ao nosso lado desde o começo: os meus amigos que estavam no bar no nosso primeiro beijo, a minha tia que fez a lembrancinha do nosso casamento, os convidados que estavam lá naquela chácara da cerimônia e todo mundo que se envolveu, de alguma forma, com a gente, nesses 20 anos. Sou muito grata a todos eles e por isso foi uma celebração para todo mundo! Sabe, quando eu rezo, nunca peço nada a Deus e só agradeço porque tudo o que eu vivi na minha vida foi muito maior do que eu imaginei.

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